Património

IGREJA MATRIZ DE ALJUSTREL

É um Templo de uma só nave é uma das maiores igrejas portuguesas do seu estilo. Nas suas paredes com mais de dois metros de espessura, assenta uma abóbada lisa, e no frontal do altar-mor, um riquíssimo painel de azulejos do séc. XVII, com a pintura do Divino Salvador do Mundo, num imponente trono de madeira na capela-mor encontra-se a imagem do Padroeiro da Paróquia, Santíssimo Salvador. Existem ainda duas capelas laterais, uma dedicada a São Nuno de Santa Maria e outra a Santa Bárbara, cuja devoção a esta Santa, se sente nesta vila por parte das gentes mineiras, de qual é a padroeira. Encontra-se ainda na Sacristia um magnífico lavabo do séc. XVII. Os documentos mais antigos que a seu respeito conseguimos encontrar, datam de 1478, sendo então a apresentação de Prior, Pe. João Annes Mouta. Na visitação de 1482, consta que foi então visitada pelos fidalgos e cavaleiros da Ordem Militar de Sant’lago, Gil Vaz da Cunha, Duarte Furtado de Almeida e o Escudeiro Álvaro Dias. Ao tempo era o Comendador da Vila Fernão de Mascarenhas, fidalgo da casa real e Tabelião de Aljustrel, Nicolau Afonso Na visitação de 1510, realizada por D. Jorge, filho de D. João II e Duque de Coimbra, mestre da Ordem de Santiago, ficou exarado que esta igreja foi fundada por Fernão de Mascarenhas, comendador que foi de Aljustrel, pelos reinados de D. Duarte e D. Afonso V.

IGREJA DA MISERICÓRDIA

Esta Igreja de notável interesse histórico, foi sempre de assistência religiosa aos doentes, local de oração pelos que doavam os seus bens à misericórdia, e local onde outrora ocorriam as celebrações da Semana Santa cujo ponto alto era a procissão do Senhor Morto. Atualmente celebra-se anualmente a Festa em Honra de Nossa Senhora das Dores, no IV Domingo da Quaresma, cujo ponto alto é a Procissão, que percorre algumas das artérias da vila e termina nesta Igreja. Por cima do pórtico de entrada, está inscrito na pedra em latim MIA – DNI – PLENA EST TERRA, que significa: a terra está cheia da misericórdia do Senhor, como se canta no versículo 5 do salmo 32. Existe ainda gravado nesta pedra um símbolo referente à Paixão de Jesus, representado por uma coroa de espinhos e um chicote com que fora açoitado. A igreja é de uma só nave e as abóbadas são em arestas cruzadas onde no centro se veem esculpidos na pedra símbolos alusivos à Paixão de Cristo, na capela-mor as arestas atingem a sua maior expressão, tendo nelas representadas também símbolos alusivos à Paixão do Senhor, e ostenta no nicho central uma das mais belas imagens de roca da Virgem Maria, aqui invocada como a Senhora das Dores. Numa das portas que dá acesso à Sacristia, encontra-se escrito em latim na pedra a frase, REPARTIU DS CÕO PRS, que significa: repartiu Deus com os pobres. Do recheio artístico fazem parte quatro magníficos quadros de escola maneirista, que retratam a visitação de Nossa Senhora sua prima Santa Isabel, a Anunciação do Senhor, o Nascimento do Menino em Belém e a Ressurreição de Jesus. De destacar ainda a bela imagem de roca da Rainha Santa Isabel, com pouco mais de cinquenta centímetros, cuja festa se realizou em tempos nesta Igreja a 4 de Julho de cada ano, dia em que se comemora a Festa litúrgica da Santa, quando eram recebias as rendas e os foros das herdades que a misericórdia possuía e eram distribuídas esmolas aos pobres. A Sacristia ostenta um belo lavabo de pedra. Crê-se que esta igreja só tenha sido construída após o ano de 1533, pois na visitação que nesse ano foi feita esta Igreja não era referida na mesma.

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CASTELO

Este Santuário, composto por um belo escadório que parte da Rua de Nossa Senhora do Castelo até ao Adro da Ermida, um autêntico miradouro sobre o concelho de Aljustrel e limítrofes, onde se encontra um Arco em forma de Campanário com um pequeno sino que outrora chamava a população para o culto e alarmava para os incêndios. A Ermida é de uma só nave, em que as paredes interiores se encontram revestidas de azulejos tipo tapeçaria do séc. XVII, nos anos sessenta do século XX, a zona do altar-mor desmoronou-se tendo sido então construída a parte inferior em alvenaria e aproveitada toda a madeira da parte superior e reconstituído o retábulo. Este templo é tão antigo que na Visitação feita á Vila, no ano 1510, afirmava-se que era tão antigo que não havia memória de quem o edificasse, mas segundo se crê, foi mandada construir por D. Paio Peres Correia. Narra a lenda associada à Ermida, que o construtor pretendia deixar de fora uma rocha sob a qual a Virgem Maria tinha aparecido após a conquista cristã, mas sempre que os pedreiros deixavam o trabalho, à noite, as paredes ruíam misteriosamente, até que então resolveram edificar a Ermida sobre a rocha, nunca mais tendo ruído. Diz ainda a lenda, que ao encostarmos o ouvido nesta rocha ouve-se o mar ao fundo e se algum dia esta for arrancada o mar entrará por ali e inundará a vila. A devoção a Nossa Senhora do Castelo está enraizada nas gentes deste concelho, e teve o seu pico maior na nossa era, nos tempos da Guerra do Ultramar. Fato que comprova esta devoção, são os inúmeros ex-votos em forma de fotografias, joias e outras peças de ourivesaria, figuras de cera, de fitas de cetim, flores. Anualmente, celebram-se as Festividades em Honra de Nossa Senhora do Castelo, constando no programa momentos musicais e muitos outros divertimos, com os arraiais típicos e na parte religiosa, as pregações, Eucaristia e a Procissão que leva veneranda Imagem de Nossa Senhora do Castelo, da Igreja Matriz da vila até ao seu Santuário ida percorrendo algumas das artérias da vila que nesse dia se revestem de cor, com as colchas antigas a cair das janelas e varandas, para a passagem da Virgem no Andor.